Divulgar leituras e leitura sobre o dia a dia da coordenação pedagógica.Apresentar experiências exitosas na área.Dialogar com os leitores sobre a prática da coordenação pedagógica nas escolas públicas da rede municipal de Fortaleza.
domingo, 23 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Os desafios do coordenador pedagógico
Mais do que resolver problemas de emergência e explicar as dificuldades de relacionamento ou aprendizagem dos alunos, seu papel é ajudar na formação dos professores
Silvana Augusto
Muito se tem falado sobre o papel do coordenador pedagógico. Afinal, por que ele é necessário? Quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário: dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar.
O coordenador pedagógico, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atuava como fiscal, alguém que checava o que ocorria em sala de aula e normatizava o que podia ou não ser feito. Pouco sabia de ensino e não conhecia os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não era bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.
Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma. Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.
Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam. Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais. É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores. Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero. O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade.
Além do que se passa dentro das quatro paredes da sala de aula, há muito mais a aprender no convívio do coletivo - no parque, no refeitório, na rua, na comunidade. A dinâmica nesses espaços deve ser ritmada pelo coordenador. É preciso lembrar ainda que só quem não está em classe, imerso naquela realidade, é capaz de estranhar. E isso é ótimo! É do estranhamento que surgem bons problemas, o que é muito mais importante do que quando as respostas aparecem prontas.
Só assim é possível que o coordenador efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial). Ampliando a significação do dicionário, eu diria que no dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso:
- dispor segundo certa ordem e método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola;
- organizar o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática;
- arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.
Esse é o sentido de ser um bom coordenador, não de uma instituição, mas de processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos nas escolas. Que os que desejam se responsabilizar por essa importante função vejam aqui um convite para criar um estilo de coordenar.
Silvana Augusto é formadora do Instituto Avisa Lá e professora do Instituto Superior de Ensino Vera Cruz, em São Paulo
Silvana Augusto
Muito se tem falado sobre o papel do coordenador pedagógico. Afinal, por que ele é necessário? Quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário: dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar.
O coordenador pedagógico, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atuava como fiscal, alguém que checava o que ocorria em sala de aula e normatizava o que podia ou não ser feito. Pouco sabia de ensino e não conhecia os reais problemas da sala de aula e da instituição. Obviamente, não era bem aceito na sala dos professores como alguém confiável para compartilhar experiências.
Outra imagem recorrente desse velho coordenador é a de atendente. Sem um campo específico de atuação, responde às emergências, apaga focos de incêndios e apazigua os ânimos de professores, alunos e pais. Engolido pelo cotidiano, não consegue construir uma experiência no campo pedagógico. Em ocasiões esporádicas, ele explica as causas da agressividade de uma criança ou as dificuldades de aprendizagem de uma turma. Hoje o coordenador organiza eventos, orienta os pais sobre a aprendizagem dos filhos e informa a comunidade sobre os feitos da escola.
Mas isso é muito pouco. Na verdade, ele se faz cada vez mais necessário porque professores e alunos não se bastam. Além das histórias individuais que todos escrevemos, é preciso construir histórias institucionais. É duro constatar a fragilidade de tantas escolas que montam um currículo e uma prática efetiva durante anos e perdem tudo com a transferência ou a aposentadoria de professores. Construir história nos torna humanos, e é de estranhar que, justamente na escola, tantas vezes tudo recomece do zero. O coordenador eficiente centraliza as conquistas do grupo de professores e assegura que as boas idéias tenham continuidade.
Além do que se passa dentro das quatro paredes da sala de aula, há muito mais a aprender no convívio do coletivo - no parque, no refeitório, na rua, na comunidade. A dinâmica nesses espaços deve ser ritmada pelo coordenador. É preciso lembrar ainda que só quem não está em classe, imerso naquela realidade, é capaz de estranhar. E isso é ótimo! É do estranhamento que surgem bons problemas, o que é muito mais importante do que quando as respostas aparecem prontas.
Só assim é possível que o coordenador efetivamente forme professores (e esse é o seu papel primordial). Ampliando a significação do dicionário, eu diria que no dia-a-dia de uma instituição educativa é preciso:
- dispor segundo certa ordem e método as ações que colaboram para o fortalecimento das relações entre a cultura e a escola;
- organizar o produto da reflexão dos professores, do planejamento, dos planos de ensino e da avaliação da prática;
- arranjar as rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos; e ligar e interligar pessoas, ampliando os ambientes de aprendizagem.
Esse é o sentido de ser um bom coordenador, não de uma instituição, mas de processos de aprendizagem e de desenvolvimento tão complexos como os que temos nas escolas. Que os que desejam se responsabilizar por essa importante função vejam aqui um convite para criar um estilo de coordenar.
Silvana Augusto é formadora do Instituto Avisa Lá e professora do Instituto Superior de Ensino Vera Cruz, em São Paulo
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Educar com tecnologias-José Manuel Moran
Educar com tecnologias
Depois desse panorama que parece um pouco assustador para alguns, vou expor o que é educar. A questão fundamental não é a tecnológica. As tecnologias podem nos ajudar, mas, fundamentalmente, educar é aprender a gerenciar um conjunto de informações e torná-las algo significativo para cada um de nós, isto é, o conhecimento. Hoje nós temos inúmeras informações e um conhecimento bem menor, porque estas nos escapam, estão soltas, não sabemos reorganizá-las. O conhecimento é isso. Além de gerenciar a informação, é importante aprender a gerenciar também sentimentos, afetos, todo o universo das emoções. Educar é um processo complexo, não é somente ensinar idéias, é ensinar também a lidar com toda essa gama de sensações, emoções que nos ajudem a nos equilibramos e a viver com confiança. O professor que tem uma atitude de equilíbrio e que inspira confiança, ajuda muito os seus alunos a evoluir no processo de aprendizagem.
Ao mesmo tempo, educar também é aprender a gerenciar valores. Não basta só informação e conhecimento. A universidade se omite muito neste campo, quando deixa os valores para o âmbito da família, religião, do campo pessoal. Tudo está impregnado de valor, mesmo as equações mais abstratas.
A educação tem sentido se trabalhamos com valores que nos ajudem a nos realizarmos, a sermos felizes – professores, alunos e os demais envolvidos no processo. De que adianta educar somente para o trabalho? Ele é importante, mas tem tanta gente insatisfeita, mesmo ganhando muito....! De que adianta só trabalhar se a pessoa não encontra sentido para a vida? Então, educar é também procurar encontrar sentido para viver. Educar é aprender a gerenciar processos onde, de um lado, você caminha em direção à autonomia, à liberdade. E, de outro, você busca sua identidade. Você deixa uma marca e, ao mesmo tempo, você interage, você consegue viver em sociedade, trabalhar em conjunto. Educar também é aprender a gerenciar tecnologias, tanto de informação quanto de comunicação. Ajudar a perceber onde está o essencial, e a estabelecer processos de comunicação cada vez mais ricos, mais participativos.
Eu vejo uma parte dos alunos de hoje na universidade, pelo menos na área em que eu atuo em São Paulo, muito preocupados com o futuro, mas somente no sentido de conseguir um lugar, ganhar dinheiro, uma boa posição social, numa perspectiva individualista, competitiva. Isso é preocupante. Há algumas áreas da universidade onde predomina o ensino bem tradicional. Um colega relatou-me que acompanhou uma aula em que havia um grupo grande de alunos tomando notas. Um aluno do fundão levantou a mão: “Professor não entendi”. E a turma da frente disse: “Continue, continue, nós não podemos perder tempo”. Mas que tipo de processo é esse em que os alunos querem só anotar o que o professor fala e quem fica para trás, é deixado de lado?. De um lado nós estamos falando de educação, dessa visão integradora, mas existem ainda muitos alunos e também professores, que ainda tem essa visão competitiva de “absorver a informação”, de chegar logo na frente. Estou falando de exemplos concretos de pouco tempo atrás, não da década passada.
Antes de falar de Internet, quero falar da educação como comunicação. O educador revela na hora em que entra em contato com o aluno, mesmo que não fale, pela postura, pelo olhar, pela inflexão de voz, em que estágio de desenvolvimento e aprendizagem se encontra. Revelamos o que aprendemos realmente. Temos um currículo oficial onde listamos nossos cursos, tudo o que nós fizemos. Isso é uma parte da nossa história, que revelamos quando buscamos um emprego. Mas há um outro currículo que se chama de aprendizagem de vida, que mostra, quando você fala, pela forma como que você se expressa, pelas idéias que você comunica, o que você realmente aprendeu. Às vezes duas pessoas que fizeram os mesmos cursos, depois de alguns anos, já adultos, chegam a resultados completamente diferentes. Há pessoas que vão aprendendo sempre mais, enquanto outras, parece que desaprendem, que se complicam, se fecham, se tornam mais agressivas ou depressivas.
Aprendemos mais combinando de forma equilibrada a interação e a interiorização. As pessoas estão tão solicitadas pela ação externa, que se esquecem de si mesmas, estão todo o tempo navegando, viajando, todo tempo falando com as pessoas, indo de um lugar para outro, estão sempre ocupadas. Então, aprende-se hoje muito pela interação, mas esquecemos que o conhecimento só se faz forte, só se consolida quando o reorganizamos dentro da nossa própria perspectiva, do nosso universo, do nosso repertório, do nosso contexto e, para isso, precisamos ter o nosso tempo, o nosso dia, ter também a capacidade de olhar para nós mesmos, de encontrar tempo para meditar no sentido mais amplo, não somente religioso, e isso muitos adultos e também crianças não o têm. Esse, para mim, é um dos grandes problemas. Temos muita informação e pouco conhecimento. As pessoas procuram informações, navegam nos sites. O conhecimento não se dá pela quantidade de acesso, se dá pelo olhar integrador, pela forma de rever com profundidade as mesmas coisas. Para conhecer o mundo, não é preciso viajar muito. Basta enxergar o mundo a partir de onde você está, com um olhar um pouco mais abrangente. Não é só correr mundo, isso também é bom, mas se fosse assim os agentes de viagem seriam grandes sábios. O conhecimento também se dá pela interiorização e pela observação integradora.
Um dos desafios é como transformar a informação em conhecimento e em sabedoria. Sabedoria é um conhecimento integrado com a dimensão ética. A universidade prepara para o conhecimento. Mas o conhecimento pode ser usado para explorar o outro, para manter a desigualdade de um país. Então, na universidade, muitas pessoas se preparam para servir aos grupos que tem mais dinheiro, esquecendo-se da maioria; falta-lhes a visão social. Então, o conhecimento parcial não integra a competência intelectual, a emocional e a ética. Esse é o desafio. Como juntar tudo isso numa sociedade tão desestruturada, onde estamos voando e não sabemos para onde? Como juntar o intelectual com o emocional e o ético, e não ver o ético como uma espécie de carga, mas como um desafio de crescimento pessoal?. A pessoa que evolui percebe que ter um comportamento honesto, não é ser otário; pelo contrário, significa gostar de si mesma. Otário é o desonesto, aquele que leva vantagem. Esse está atrasando a evolução dele e a de toda a sociedade. Está complicando tudo, mas infelizmente muita gente não percebe isso ainda.
Como se comunicar de uma forma coerente numa sociedade em que predomina o marketing, as meias verdades? Só vou falar aquilo que me interessa e esconder de baixo do tapete o que pode me prejudicar? Isso é um desafio, hoje também interessante. A comunicação autêntica faz avançar mais o processo de compreensão da realidade, mas, ao mesmo tempo, as nossas falas são cada vez mais superficiais. As pessoas falam muito, passam o tempo todo falando. Nos bares, no trabalho, na rua todo mundo está falando. Mas as pessoas não se revelam, falam de tudo menos de si mesmas, elas se escondem atrás das falas. Às vezes você pensa que conhece uma pessoa durante anos, mas de alguma forma ela escondeu o principal. Você pensa que uma pessoa é realizada, e depois você percebe que é infeliz, não se mostra assim... ela coloca uma barreira, finge até que desabafa, tudo isso... Às vezes, pessoas que pareciam extremamente equilibradas entram em depressões, psicoses... mas como podem, pessoas tão cheias de vida?!
O desafio é como sermos educadores, comunicadores de pessoas competentes e integradas. Creio que nós não precisaríamos de tantas teorias pedagógicas, se fôssemos pessoas mais amadurecidas. Na hora em que você é uma pessoa mais integrada, mais amadurecida, mais equilibrada, o seu processo de comunicação com esse aluno flui, a sua credibilidade aumenta, a forma como você comenta as coisas chama a atenção dele. Esse é um processo em que muitas pessoas não acreditam. Costumamos ter a visão de que tudo é imperfeito, de que já conseguimos aquilo que podíamos, de que a vida é assim mesmo, e esperar mais é uma bobagem. Perdemos o idealismo, deixamos de acreditar, principalmente na fase adulta, na capacidade de mudar. Acomodamo-nos, ficamos repetindo os mesmos ritmos, as mesmos coisas, tornamo-nos pessoas pela metade, quando poderíamos ser pessoas muito mais evoluídas. Se nós mesmos não acreditamos, como educadores, no nosso potencial, como poderemos estimular o potencial dos nossos alunos?
Outro desafio é integrar as tecnologias em projetos pedagógicos, inovadores e participativos. Aqui também, o mundo das tecnologias envolve muitos grupos empresariais que querem ganhar dinheiro, que só querem vender, que vendem tudo como solução. A tecnologia nos ajuda, mas também nos complica. Tem um lado que nos favorece e um lado que nos controla: essas câmeras que eles colocam nas grandes cidades que servem para observar o trânsito e também para vigiar os cidadãos, para controle dos movimentos sociais. Temos também muitas ambigüidades no uso das tecnologias. Então, como sociedade nós avançamos muito sob o ponto de vista tecnológico. Dizia Arnold Toynbee que, tecnologicamente, somos como que deuses, enquanto do ponto de vista humano, ainda somos como primatas. Isso não acontece só no Terceiro Mundo. As guerras mais cruéis, os grandes genocídios do século XX aconteceram na Europa avançada, na Europa refinada, na Europa cheia de museus e de história.
Nunca tivemos tanta informação disponível, tantas tecnologias, mas nunca tivemos também tanta dificuldade de comunicação. Comunicar significa interagir de verdade, todos nós que estamos envolvidos no processo.
Depois desse panorama que parece um pouco assustador para alguns, vou expor o que é educar. A questão fundamental não é a tecnológica. As tecnologias podem nos ajudar, mas, fundamentalmente, educar é aprender a gerenciar um conjunto de informações e torná-las algo significativo para cada um de nós, isto é, o conhecimento. Hoje nós temos inúmeras informações e um conhecimento bem menor, porque estas nos escapam, estão soltas, não sabemos reorganizá-las. O conhecimento é isso. Além de gerenciar a informação, é importante aprender a gerenciar também sentimentos, afetos, todo o universo das emoções. Educar é um processo complexo, não é somente ensinar idéias, é ensinar também a lidar com toda essa gama de sensações, emoções que nos ajudem a nos equilibramos e a viver com confiança. O professor que tem uma atitude de equilíbrio e que inspira confiança, ajuda muito os seus alunos a evoluir no processo de aprendizagem.
Ao mesmo tempo, educar também é aprender a gerenciar valores. Não basta só informação e conhecimento. A universidade se omite muito neste campo, quando deixa os valores para o âmbito da família, religião, do campo pessoal. Tudo está impregnado de valor, mesmo as equações mais abstratas.
A educação tem sentido se trabalhamos com valores que nos ajudem a nos realizarmos, a sermos felizes – professores, alunos e os demais envolvidos no processo. De que adianta educar somente para o trabalho? Ele é importante, mas tem tanta gente insatisfeita, mesmo ganhando muito....! De que adianta só trabalhar se a pessoa não encontra sentido para a vida? Então, educar é também procurar encontrar sentido para viver. Educar é aprender a gerenciar processos onde, de um lado, você caminha em direção à autonomia, à liberdade. E, de outro, você busca sua identidade. Você deixa uma marca e, ao mesmo tempo, você interage, você consegue viver em sociedade, trabalhar em conjunto. Educar também é aprender a gerenciar tecnologias, tanto de informação quanto de comunicação. Ajudar a perceber onde está o essencial, e a estabelecer processos de comunicação cada vez mais ricos, mais participativos.
Eu vejo uma parte dos alunos de hoje na universidade, pelo menos na área em que eu atuo em São Paulo, muito preocupados com o futuro, mas somente no sentido de conseguir um lugar, ganhar dinheiro, uma boa posição social, numa perspectiva individualista, competitiva. Isso é preocupante. Há algumas áreas da universidade onde predomina o ensino bem tradicional. Um colega relatou-me que acompanhou uma aula em que havia um grupo grande de alunos tomando notas. Um aluno do fundão levantou a mão: “Professor não entendi”. E a turma da frente disse: “Continue, continue, nós não podemos perder tempo”. Mas que tipo de processo é esse em que os alunos querem só anotar o que o professor fala e quem fica para trás, é deixado de lado?. De um lado nós estamos falando de educação, dessa visão integradora, mas existem ainda muitos alunos e também professores, que ainda tem essa visão competitiva de “absorver a informação”, de chegar logo na frente. Estou falando de exemplos concretos de pouco tempo atrás, não da década passada.
Antes de falar de Internet, quero falar da educação como comunicação. O educador revela na hora em que entra em contato com o aluno, mesmo que não fale, pela postura, pelo olhar, pela inflexão de voz, em que estágio de desenvolvimento e aprendizagem se encontra. Revelamos o que aprendemos realmente. Temos um currículo oficial onde listamos nossos cursos, tudo o que nós fizemos. Isso é uma parte da nossa história, que revelamos quando buscamos um emprego. Mas há um outro currículo que se chama de aprendizagem de vida, que mostra, quando você fala, pela forma como que você se expressa, pelas idéias que você comunica, o que você realmente aprendeu. Às vezes duas pessoas que fizeram os mesmos cursos, depois de alguns anos, já adultos, chegam a resultados completamente diferentes. Há pessoas que vão aprendendo sempre mais, enquanto outras, parece que desaprendem, que se complicam, se fecham, se tornam mais agressivas ou depressivas.
Aprendemos mais combinando de forma equilibrada a interação e a interiorização. As pessoas estão tão solicitadas pela ação externa, que se esquecem de si mesmas, estão todo o tempo navegando, viajando, todo tempo falando com as pessoas, indo de um lugar para outro, estão sempre ocupadas. Então, aprende-se hoje muito pela interação, mas esquecemos que o conhecimento só se faz forte, só se consolida quando o reorganizamos dentro da nossa própria perspectiva, do nosso universo, do nosso repertório, do nosso contexto e, para isso, precisamos ter o nosso tempo, o nosso dia, ter também a capacidade de olhar para nós mesmos, de encontrar tempo para meditar no sentido mais amplo, não somente religioso, e isso muitos adultos e também crianças não o têm. Esse, para mim, é um dos grandes problemas. Temos muita informação e pouco conhecimento. As pessoas procuram informações, navegam nos sites. O conhecimento não se dá pela quantidade de acesso, se dá pelo olhar integrador, pela forma de rever com profundidade as mesmas coisas. Para conhecer o mundo, não é preciso viajar muito. Basta enxergar o mundo a partir de onde você está, com um olhar um pouco mais abrangente. Não é só correr mundo, isso também é bom, mas se fosse assim os agentes de viagem seriam grandes sábios. O conhecimento também se dá pela interiorização e pela observação integradora.
Um dos desafios é como transformar a informação em conhecimento e em sabedoria. Sabedoria é um conhecimento integrado com a dimensão ética. A universidade prepara para o conhecimento. Mas o conhecimento pode ser usado para explorar o outro, para manter a desigualdade de um país. Então, na universidade, muitas pessoas se preparam para servir aos grupos que tem mais dinheiro, esquecendo-se da maioria; falta-lhes a visão social. Então, o conhecimento parcial não integra a competência intelectual, a emocional e a ética. Esse é o desafio. Como juntar tudo isso numa sociedade tão desestruturada, onde estamos voando e não sabemos para onde? Como juntar o intelectual com o emocional e o ético, e não ver o ético como uma espécie de carga, mas como um desafio de crescimento pessoal?. A pessoa que evolui percebe que ter um comportamento honesto, não é ser otário; pelo contrário, significa gostar de si mesma. Otário é o desonesto, aquele que leva vantagem. Esse está atrasando a evolução dele e a de toda a sociedade. Está complicando tudo, mas infelizmente muita gente não percebe isso ainda.
Como se comunicar de uma forma coerente numa sociedade em que predomina o marketing, as meias verdades? Só vou falar aquilo que me interessa e esconder de baixo do tapete o que pode me prejudicar? Isso é um desafio, hoje também interessante. A comunicação autêntica faz avançar mais o processo de compreensão da realidade, mas, ao mesmo tempo, as nossas falas são cada vez mais superficiais. As pessoas falam muito, passam o tempo todo falando. Nos bares, no trabalho, na rua todo mundo está falando. Mas as pessoas não se revelam, falam de tudo menos de si mesmas, elas se escondem atrás das falas. Às vezes você pensa que conhece uma pessoa durante anos, mas de alguma forma ela escondeu o principal. Você pensa que uma pessoa é realizada, e depois você percebe que é infeliz, não se mostra assim... ela coloca uma barreira, finge até que desabafa, tudo isso... Às vezes, pessoas que pareciam extremamente equilibradas entram em depressões, psicoses... mas como podem, pessoas tão cheias de vida?!
O desafio é como sermos educadores, comunicadores de pessoas competentes e integradas. Creio que nós não precisaríamos de tantas teorias pedagógicas, se fôssemos pessoas mais amadurecidas. Na hora em que você é uma pessoa mais integrada, mais amadurecida, mais equilibrada, o seu processo de comunicação com esse aluno flui, a sua credibilidade aumenta, a forma como você comenta as coisas chama a atenção dele. Esse é um processo em que muitas pessoas não acreditam. Costumamos ter a visão de que tudo é imperfeito, de que já conseguimos aquilo que podíamos, de que a vida é assim mesmo, e esperar mais é uma bobagem. Perdemos o idealismo, deixamos de acreditar, principalmente na fase adulta, na capacidade de mudar. Acomodamo-nos, ficamos repetindo os mesmos ritmos, as mesmos coisas, tornamo-nos pessoas pela metade, quando poderíamos ser pessoas muito mais evoluídas. Se nós mesmos não acreditamos, como educadores, no nosso potencial, como poderemos estimular o potencial dos nossos alunos?
Outro desafio é integrar as tecnologias em projetos pedagógicos, inovadores e participativos. Aqui também, o mundo das tecnologias envolve muitos grupos empresariais que querem ganhar dinheiro, que só querem vender, que vendem tudo como solução. A tecnologia nos ajuda, mas também nos complica. Tem um lado que nos favorece e um lado que nos controla: essas câmeras que eles colocam nas grandes cidades que servem para observar o trânsito e também para vigiar os cidadãos, para controle dos movimentos sociais. Temos também muitas ambigüidades no uso das tecnologias. Então, como sociedade nós avançamos muito sob o ponto de vista tecnológico. Dizia Arnold Toynbee que, tecnologicamente, somos como que deuses, enquanto do ponto de vista humano, ainda somos como primatas. Isso não acontece só no Terceiro Mundo. As guerras mais cruéis, os grandes genocídios do século XX aconteceram na Europa avançada, na Europa refinada, na Europa cheia de museus e de história.
Nunca tivemos tanta informação disponível, tantas tecnologias, mas nunca tivemos também tanta dificuldade de comunicação. Comunicar significa interagir de verdade, todos nós que estamos envolvidos no processo.
Entrevista para o portal Educacional José Manuel Moran
A Internet na Educação
Entrevista para o portal Educacional
José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela USP
E specialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender" A afirmação é do professor José Manuel Moran. Ele fala sobre o uso da Internet na educação, fundamentado seu pensamento na "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores.
José Manuel Moran é um dos maiores especialistas brasileiros no uso da Internet em sala de aula. Por isso, não se espere dele o deslumbramento do marinheiro de primeira viagem. Timoneiro experiente, ele conduz o barco devagar. Para o educador que acessa a rede pela primeira vez, ele adverte que nem sempre a maré está para peixe. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade", insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. E José Manuel Moran foi traçar rotas em mares nunca dantes navegados. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
Os educadores que não quiserem se lançar ao mar, muito apegados à terra firme, poderão ficar a ver navios. Mas não há mais porto seguro: o oceano de informações que a Internet disponibiliza aos alunos obrigará os professores a se atualizar constantemente e a se preparar para lidar com as múltiplas interpretações da realidade. Espanhol que atracou no Brasil, Moran abandonou por alguns momentos sua tripulação do curso de Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP e nos concedeu esta entrevista.
O senhor diz que não se deve esperar soluções mágicas da Internet. Que expectativas devemos ter das novas tecnologias na educação?
Prof. José Manuel Moran - Nós esperamos que a tecnologia — teoricamente mais participativa, por permitir a interação — faça as mudanças acontecerem automaticamente. Esse é um equívoco: ela pode ser apenas a extensão de um modelo tradicional. A tecnologia sozinha não garante a comunicação de duas vias, a participação real. O importante é mudar o modelo de educação porque aí, sim, as tecnologias podem servir-nos como apoio para um maior intercâmbio, trocas pessoais, em situações presenciais ou virtuais. Para mim, a tecnologia é um grande apoio de um projeto pedagógico que foca a aprendizagem ligada à vida.
Apesar de ser professor de novas tecnologias, o senhor acredita que, antes disso, há uma mudança mais urgente a ser feita no modelo de educação. Qual seria essa mudança?
Prof. José Manuel Moran - O que estamos vendo é que formas de educar com estrutura autoritária não resolvem as questões fundamentais. A questão não é tecnológica, mas comunicacional. A tecnologia entra como um apoio, mas o essencial é estabelecer relações de parceria na aprendizagem. Aprende-se muito mais em uma relação baseada na confiança, em que alunos e professores possam se expressar. Criar e gerenciar esse ambiente é muito mais importante que definir tecnologias. Embora eu trabalhe com elas, noto que o foco está na interação humana, presencial ou virtual. Preocupa-me muito a dificuldade que temos em estabelecer relações participativas, porque todos nós carregamos estruturas tremendamente autoritárias, sendo submissos ou dominadores, e reproduzimos isso na escola. A cultura da imposição, do controle, é talvez a barreira mais difícil de derrubar no processo pedagógico.
O senhor faz uma distinção entre ensino e educação, esta última sendo a integração do ensino com a vida. É evidente a maneira como as novas tecnologias podem contribuir para o ensino. Mas como elas podem contribuir para a educação?
Prof. José Manuel Moran - Quando falamos de ensino, focamos a aprendizagem de alguns conteúdos. A educação é um processo muito mais integral, que nos ocupa a vida toda, e não somente quando estamos na escola. E o professor tem esses dois papéis: ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida, de modo que encontremos formas de viver que nos realizem e desenvolvam nossas capacidades. Isso não depende da tecnologia, mas da atitude profunda do educador e do educando, de ambos quererem aprender. A tecnologia pode ser útil para integrar tudo que eu observo no mundo no dia-a-dia e para fazer disso objeto de reflexão. Ela me permite fazer essa ponte, trazer os conteúdos de forma mais ágil e devolvê-los de novo ao cotidiano, possibilitando a interação entre alunos, colegas e professores.
Uma de suas experiências mais bem-sucedidas consiste em partilhar os resultados das pesquisas escolares pela Internet. Que mudança isso provoca no rendimento dos alunos?
Prof. José Manuel Moran - É uma concepção do aprender de forma cooperativa e não competitiva. A aprendizagem estava muito voltada só para conseguir notas, ver quem chegava primeiro. Dentro dessa visão — que não se dá apenas com a tecnologia, mas também na sala de aula comum —, a proposta é colocar a interação na prática. Hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem, tanto de uma forma simples, publicando um trabalho em uma página, quanto criando debates, fóruns ou listas de discussão por e-mail. Cada escola e cada professor, dependendo do número de alunos que ele tenha ou da situação tecnológica em que se encontra, pode buscar soluções mais adequadas. O importante é o foco, que o aluno e o professor sejam estimulados a fazer parte de um espaço virtual de referência que disponibilize o que é feito em sala de aula. Eu creio que essa área de visibilidade liberta a sala de aula do espaço e do tempo físico. Porque depois, fora da aula, pode-se encontrar um pouco do que foi dito pelo professor, o que foi feito pelos alunos.
O senhor afirma que as novas tecnologias exigem muito esforço dos professores e, por outro lado, defende que "o aluno já está pronto para a Internet". Em que aspectos o aluno estaria em vantagem em relação ao professor?
Prof. José Manuel Moran - Ele é privilegiado na relação que tem com a tecnologia. Ele aprende rapidamente a navegar, sabe trabalhar em grupo e tem certa facilidade de produzir materiais audiovisuais. Por outro lado, o aluno tem dificuldade de mudar aquele papel passivo, de executor de tarefas, de devolvedor de informações. Na prática, acaba assumindo um papel bastante passivo em relação às suas reais potencialidades. O aluno tem capacidade de ir muito além, ele está pronto. Porém, a escola impõe modelos autoritários, voltando ao começo, quando o professor controlava e o aluno executava. E isso não o motiva. Por isso, a mudança mais séria deve vir mesmo dos professores. O novo professor dialoga e aprende com o aluno. Isso pressupõe uma certa humildade que nos custa como adultos a ter. Nós queremos ter a última palavra.
Novamente baseado em suas experiências em sala de aula, o senhor observa que muitas vezes a navegação é mais sedutora que o trabalho de interpretação e concentração que a pesquisa exige e o professor deve estar atento para evitar que os alunos sejam muito dispersos em suas pesquisas. Isso significa que o professor terá, diante da tecnologia, de reproduzir o modelo de controle a que o senhor se opõe?
Prof. José Manuel Moran - Essa é uma questão difícil de resolver na prática. Muitos alunos estão numa fase da vida ainda de deslumbramento, estão curiosos. Eles não têm organização e maturidade para se concentrar em um só tema durante uma hora. Então eles abrem mil páginas ao mesmo tempo, se deixam naturalmente seduzir por certos temas musicais ou eróticos, conforme a sua idade. Esse conjunto de questões dificulta o trabalho com um tema específico. Essa também não é uma questão meramente da tecnologia ou do professor, mas da dificuldade de concentração diante de tantos estímulos.
Há um paradoxo nessa questão. Há uma quantidade de informação quase inesgotável acessível pela Internet. Por outro lado, quando se é confrontado com esse volume de informação, há a tendência de dedicar menos tempo à análise pela compulsão de navegar e descobrir novas páginas. Como se pode contornar isso?
Prof. José Manuel Moran - Em primeiro lugar, reconhecendo que há uma grande dificuldade. A Internet traz saídas e levanta problemas, como, por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade e como encontrar no pouco tempo que temos em sala de aula, ou na interação via Internet, algo que seja significativo, que não seja somente lúdico. Porque o que interessa é se essa navegação me leva a uma compreensão maior da realidade. Do ponto de vista metodológico, procuro um equilíbrio: nem impor demais o processo, que amarra o aluno, nem deixar que as coisas aconteçam a seu bel-prazer. Eu trabalho com dois momentos. No primeiro, mais aberto, eu coloco um tema em discussão e o aluno procura a informação por si. Depois de um certo tempo, passamos a partilhar o resultado das pesquisas, focamos um determinado artigo ou outro material, para que não fique muito disperso. Mas é importante que os alunos não atendam somente a uma determinação prévia do professor. Creio que esse pode ser um caminho para minimizar a clara tentação de dispersão na pesquisa via Internet. A Internet reforça a tendência dispersiva que os alunos têm no cotidiano, quando eles ficam estudando e ouvindo música, tudo ao mesmo tempo.
Outro equilíbrio que o senhor considera difícil de alcançar é entre o deslumbramento dos alunos pelas novas tecnologias e a resistência de alguns dos professores a esses novos métodos de acesso à informação.
Prof. José Manuel Moran - Eu percebo que as atitudes vão mudando aos poucos, que já houve resistência maior. Mas há professores que inconscientemente fazem o mínimo possível para utilizar a tecnologia, no máximo usam o Word. Eles não usam técnicas de pesquisa ou de apresentação mais avançadas em sala de aula, nem trabalham com criação de páginas. Então há uma parte dos professores de escolas particulares que, mesmo tendo laboratórios e acesso à Internet, resistem a métodos que não sejam tradicionais. Por outro lado, há os que descobrem as novas mídias e esquecem uma série de formas que podem ser interessantes em sala de aula, preferindo sempre jogar os alunos no laboratório, como se fosse uma grande solução. A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais. Equilibrar o melhor do ensino presencial, o estarmos juntos, e o melhor do espaço virtual é básico. Mas ninguém teve experiência até agora com o equilíbrio desses ambientes. Antes aprendíamos juntos apenas em sala de aula, e o aluno tinha de se virar para fazer suas atividades quando não estava na escola. Hoje podemos aprender quando não estamos fisicamente juntos.
O senhor atribui essa resistência ao fato de as novas tecnologias colocarem em xeque a posição do professor como detentor do saber. O aluno pode facilmente pesquisar algum tema e ver que há interpretações divergentes e que aquilo que o professor fala pode não ser bem assim. O senhor sente esse receio nos professores com os quais convive?
Prof. José Manuel Moran - O professor, desde que surgiu o livro, sempre teve um pouco de receio de que o aluno aprendesse outras versões além da dele. Só que hoje você tem muitas outras formas de informações em qualquer mídia, e a Internet agrava ainda mais a sensação de que o aluno pode encontrar informações que o professor não tem. Para o professor inseguro, é uma espécie de desafio encontrar uma prática que não seja a do controle. A tentação desse tipo de professor é fechar em cima de uma única versão. O professor mais maduro trabalha com múltiplas visões, tentando relativizar nosso conhecimento, mostrando que estamos construindo algo que é provisório. A nossa visão agora é esta: eu aprendo com o que o outro me traz. Essa visão é muito mais tranqüila. É a aceitação de que eu não sou onipotente, que não tenho respostas para tudo, não sou enciclopédia. Eu aprendo melhor reconhecendo a minha ignorância.
O senhor insiste em seus textos na importância da maturidade do professor ao lidar com a tecnologia. Quais são as experiências mais maduras que conhece de uso da Internet em sala de aula?
Prof. José Manuel Moran - Hoje há muitas escolas que estão tentando encontrar saídas. O que a maior parte delas faz é colocar os alunos em contato com a Internet em laboratórios e depois buscar atividades principalmente entre grupos que não estão fisicamente juntos. No mundo inteiro se trabalha com esse tipo de projeto. A etapa mais avançada, que começa agora na minha opinião, é desenvolver o conceito de gerenciamento de aula, integrando o que é feito pelos alunos quando estão juntos e fazendo com que o processo de aprendizagem continue quando eles não estão mais juntos. Hoje há uma série de programas de gerenciamento de ambientes virtuais que ajudam a trazer temas para a sala de aula. No fundo, é uma página incrementada com ferramentas de chat e de fórum em que os alunos vão colocar seus textos. Há uma série de softwares como o Eureka, o First Class, o Web Ct e o Blackboard.
De que forma o senhor utiliza esses ambientes virtuais mais integrados em seu processo pedagógico?
Prof. José Manuel Moran - Coordeno um curso de pós-graduação semipresencial em que, em alguns momentos, nós nos encontramos e, em outros, interagimos somente através da rede: apresentamos textos, discutimos questões. Temos a relação de uma aula presencial para duas virtuais. É o desafio que vamos enfrentar pelo menos no nível superior, fase em que os alunos não precisam ir todos os dias à aula. O desafio é motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula. Também estou coordenando programas de educação a distância em São Paulo. Educar a distância, mas de uma forma em que haja troca e não somente repasse de informação, que não seja somente colocar conteúdo em uma página e depois cobrar uma atividade. Estimular o aluno a aprender em ambientes virtuais é outro grande desafio pedagógico que temos hoje. Haverá muita "picaretagem" de instituições que pensam que educação a distância é uma forma de ganhar dinheiro.
O que o senhor teria a dizer a um diretor de escola pública, carente de recursos e com professores que nem sempre são os mais bem qualificados? Nessas circunstâncias é mais indicado investir em tecnologia ou centrar-se na capacitação de professores?
Prof. José Manuel Moran - Eu acho que não podemos mais ficar apenas nos lamuriando da falta de condições. É verdade que um diretor de escola não pode fazer nada sozinho. Isso exige vontade e investimentos públicos nos três níveis. Estou coordenando uma equipe que desenvolve um programa de educação a distância na rede pública estadual de São Paulo para capacitar professores, supervisores de ensino e pessoas que trabalham em Oficinas Pedagógicas (OTP). São profissionais que estão mais em contato com novas tecnologias. Na verdade estamos fazendo a capacitação em serviços a distância, juntando a Secretaria de Educação e a Universidade de São Paulo, através de uma fundação chamada Vanzolini, com o apoio do governo federal, do ProInfo.
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Vitor Casimiro
Exclusivo para o Educaciona
Entrevista para o portal Educacional
José Manuel Moran
Doutor em Comunicação pela USP
E specialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender" A afirmação é do professor José Manuel Moran. Ele fala sobre o uso da Internet na educação, fundamentado seu pensamento na "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores.
José Manuel Moran é um dos maiores especialistas brasileiros no uso da Internet em sala de aula. Por isso, não se espere dele o deslumbramento do marinheiro de primeira viagem. Timoneiro experiente, ele conduz o barco devagar. Para o educador que acessa a rede pela primeira vez, ele adverte que nem sempre a maré está para peixe. "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais". A tecnologia é tão-somente um "grande apoio", uma âncora, indispensável à embarcação, mas não é ela que a faz flutuar ou evita o naufrágio. "A Internet traz saídas e levanta problemas, como por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade", insiste.
A questão fundamental prevalece sendo "interação humana", de forma colaborativa, entre alunos e professores. Continua a caber ao professor dois papéis: "ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida". Se o horizonte é o mesmo, os ventos mudaram de direção. É preciso ajustar as velas e olhar mais uma vez a bússola. E José Manuel Moran foi traçar rotas em mares nunca dantes navegados. A novidade é que "hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem". O grande desafio é "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula".
Os educadores que não quiserem se lançar ao mar, muito apegados à terra firme, poderão ficar a ver navios. Mas não há mais porto seguro: o oceano de informações que a Internet disponibiliza aos alunos obrigará os professores a se atualizar constantemente e a se preparar para lidar com as múltiplas interpretações da realidade. Espanhol que atracou no Brasil, Moran abandonou por alguns momentos sua tripulação do curso de Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da USP e nos concedeu esta entrevista.
O senhor diz que não se deve esperar soluções mágicas da Internet. Que expectativas devemos ter das novas tecnologias na educação?
Prof. José Manuel Moran - Nós esperamos que a tecnologia — teoricamente mais participativa, por permitir a interação — faça as mudanças acontecerem automaticamente. Esse é um equívoco: ela pode ser apenas a extensão de um modelo tradicional. A tecnologia sozinha não garante a comunicação de duas vias, a participação real. O importante é mudar o modelo de educação porque aí, sim, as tecnologias podem servir-nos como apoio para um maior intercâmbio, trocas pessoais, em situações presenciais ou virtuais. Para mim, a tecnologia é um grande apoio de um projeto pedagógico que foca a aprendizagem ligada à vida.
Apesar de ser professor de novas tecnologias, o senhor acredita que, antes disso, há uma mudança mais urgente a ser feita no modelo de educação. Qual seria essa mudança?
Prof. José Manuel Moran - O que estamos vendo é que formas de educar com estrutura autoritária não resolvem as questões fundamentais. A questão não é tecnológica, mas comunicacional. A tecnologia entra como um apoio, mas o essencial é estabelecer relações de parceria na aprendizagem. Aprende-se muito mais em uma relação baseada na confiança, em que alunos e professores possam se expressar. Criar e gerenciar esse ambiente é muito mais importante que definir tecnologias. Embora eu trabalhe com elas, noto que o foco está na interação humana, presencial ou virtual. Preocupa-me muito a dificuldade que temos em estabelecer relações participativas, porque todos nós carregamos estruturas tremendamente autoritárias, sendo submissos ou dominadores, e reproduzimos isso na escola. A cultura da imposição, do controle, é talvez a barreira mais difícil de derrubar no processo pedagógico.
O senhor faz uma distinção entre ensino e educação, esta última sendo a integração do ensino com a vida. É evidente a maneira como as novas tecnologias podem contribuir para o ensino. Mas como elas podem contribuir para a educação?
Prof. José Manuel Moran - Quando falamos de ensino, focamos a aprendizagem de alguns conteúdos. A educação é um processo muito mais integral, que nos ocupa a vida toda, e não somente quando estamos na escola. E o professor tem esses dois papéis: ajudar na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da vida, de modo que encontremos formas de viver que nos realizem e desenvolvam nossas capacidades. Isso não depende da tecnologia, mas da atitude profunda do educador e do educando, de ambos quererem aprender. A tecnologia pode ser útil para integrar tudo que eu observo no mundo no dia-a-dia e para fazer disso objeto de reflexão. Ela me permite fazer essa ponte, trazer os conteúdos de forma mais ágil e devolvê-los de novo ao cotidiano, possibilitando a interação entre alunos, colegas e professores.
Uma de suas experiências mais bem-sucedidas consiste em partilhar os resultados das pesquisas escolares pela Internet. Que mudança isso provoca no rendimento dos alunos?
Prof. José Manuel Moran - É uma concepção do aprender de forma cooperativa e não competitiva. A aprendizagem estava muito voltada só para conseguir notas, ver quem chegava primeiro. Dentro dessa visão — que não se dá apenas com a tecnologia, mas também na sala de aula comum —, a proposta é colocar a interação na prática. Hoje temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem, tanto de uma forma simples, publicando um trabalho em uma página, quanto criando debates, fóruns ou listas de discussão por e-mail. Cada escola e cada professor, dependendo do número de alunos que ele tenha ou da situação tecnológica em que se encontra, pode buscar soluções mais adequadas. O importante é o foco, que o aluno e o professor sejam estimulados a fazer parte de um espaço virtual de referência que disponibilize o que é feito em sala de aula. Eu creio que essa área de visibilidade liberta a sala de aula do espaço e do tempo físico. Porque depois, fora da aula, pode-se encontrar um pouco do que foi dito pelo professor, o que foi feito pelos alunos.
O senhor afirma que as novas tecnologias exigem muito esforço dos professores e, por outro lado, defende que "o aluno já está pronto para a Internet". Em que aspectos o aluno estaria em vantagem em relação ao professor?
Prof. José Manuel Moran - Ele é privilegiado na relação que tem com a tecnologia. Ele aprende rapidamente a navegar, sabe trabalhar em grupo e tem certa facilidade de produzir materiais audiovisuais. Por outro lado, o aluno tem dificuldade de mudar aquele papel passivo, de executor de tarefas, de devolvedor de informações. Na prática, acaba assumindo um papel bastante passivo em relação às suas reais potencialidades. O aluno tem capacidade de ir muito além, ele está pronto. Porém, a escola impõe modelos autoritários, voltando ao começo, quando o professor controlava e o aluno executava. E isso não o motiva. Por isso, a mudança mais séria deve vir mesmo dos professores. O novo professor dialoga e aprende com o aluno. Isso pressupõe uma certa humildade que nos custa como adultos a ter. Nós queremos ter a última palavra.
Novamente baseado em suas experiências em sala de aula, o senhor observa que muitas vezes a navegação é mais sedutora que o trabalho de interpretação e concentração que a pesquisa exige e o professor deve estar atento para evitar que os alunos sejam muito dispersos em suas pesquisas. Isso significa que o professor terá, diante da tecnologia, de reproduzir o modelo de controle a que o senhor se opõe?
Prof. José Manuel Moran - Essa é uma questão difícil de resolver na prática. Muitos alunos estão numa fase da vida ainda de deslumbramento, estão curiosos. Eles não têm organização e maturidade para se concentrar em um só tema durante uma hora. Então eles abrem mil páginas ao mesmo tempo, se deixam naturalmente seduzir por certos temas musicais ou eróticos, conforme a sua idade. Esse conjunto de questões dificulta o trabalho com um tema específico. Essa também não é uma questão meramente da tecnologia ou do professor, mas da dificuldade de concentração diante de tantos estímulos.
Há um paradoxo nessa questão. Há uma quantidade de informação quase inesgotável acessível pela Internet. Por outro lado, quando se é confrontado com esse volume de informação, há a tendência de dedicar menos tempo à análise pela compulsão de navegar e descobrir novas páginas. Como se pode contornar isso?
Prof. José Manuel Moran - Em primeiro lugar, reconhecendo que há uma grande dificuldade. A Internet traz saídas e levanta problemas, como, por exemplo, saber de que maneira gerenciar essa grande quantidade de informação com qualidade e como encontrar no pouco tempo que temos em sala de aula, ou na interação via Internet, algo que seja significativo, que não seja somente lúdico. Porque o que interessa é se essa navegação me leva a uma compreensão maior da realidade. Do ponto de vista metodológico, procuro um equilíbrio: nem impor demais o processo, que amarra o aluno, nem deixar que as coisas aconteçam a seu bel-prazer. Eu trabalho com dois momentos. No primeiro, mais aberto, eu coloco um tema em discussão e o aluno procura a informação por si. Depois de um certo tempo, passamos a partilhar o resultado das pesquisas, focamos um determinado artigo ou outro material, para que não fique muito disperso. Mas é importante que os alunos não atendam somente a uma determinação prévia do professor. Creio que esse pode ser um caminho para minimizar a clara tentação de dispersão na pesquisa via Internet. A Internet reforça a tendência dispersiva que os alunos têm no cotidiano, quando eles ficam estudando e ouvindo música, tudo ao mesmo tempo.
Outro equilíbrio que o senhor considera difícil de alcançar é entre o deslumbramento dos alunos pelas novas tecnologias e a resistência de alguns dos professores a esses novos métodos de acesso à informação.
Prof. José Manuel Moran - Eu percebo que as atitudes vão mudando aos poucos, que já houve resistência maior. Mas há professores que inconscientemente fazem o mínimo possível para utilizar a tecnologia, no máximo usam o Word. Eles não usam técnicas de pesquisa ou de apresentação mais avançadas em sala de aula, nem trabalham com criação de páginas. Então há uma parte dos professores de escolas particulares que, mesmo tendo laboratórios e acesso à Internet, resistem a métodos que não sejam tradicionais. Por outro lado, há os que descobrem as novas mídias e esquecem uma série de formas que podem ser interessantes em sala de aula, preferindo sempre jogar os alunos no laboratório, como se fosse uma grande solução. A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais. Equilibrar o melhor do ensino presencial, o estarmos juntos, e o melhor do espaço virtual é básico. Mas ninguém teve experiência até agora com o equilíbrio desses ambientes. Antes aprendíamos juntos apenas em sala de aula, e o aluno tinha de se virar para fazer suas atividades quando não estava na escola. Hoje podemos aprender quando não estamos fisicamente juntos.
O senhor atribui essa resistência ao fato de as novas tecnologias colocarem em xeque a posição do professor como detentor do saber. O aluno pode facilmente pesquisar algum tema e ver que há interpretações divergentes e que aquilo que o professor fala pode não ser bem assim. O senhor sente esse receio nos professores com os quais convive?
Prof. José Manuel Moran - O professor, desde que surgiu o livro, sempre teve um pouco de receio de que o aluno aprendesse outras versões além da dele. Só que hoje você tem muitas outras formas de informações em qualquer mídia, e a Internet agrava ainda mais a sensação de que o aluno pode encontrar informações que o professor não tem. Para o professor inseguro, é uma espécie de desafio encontrar uma prática que não seja a do controle. A tentação desse tipo de professor é fechar em cima de uma única versão. O professor mais maduro trabalha com múltiplas visões, tentando relativizar nosso conhecimento, mostrando que estamos construindo algo que é provisório. A nossa visão agora é esta: eu aprendo com o que o outro me traz. Essa visão é muito mais tranqüila. É a aceitação de que eu não sou onipotente, que não tenho respostas para tudo, não sou enciclopédia. Eu aprendo melhor reconhecendo a minha ignorância.
O senhor insiste em seus textos na importância da maturidade do professor ao lidar com a tecnologia. Quais são as experiências mais maduras que conhece de uso da Internet em sala de aula?
Prof. José Manuel Moran - Hoje há muitas escolas que estão tentando encontrar saídas. O que a maior parte delas faz é colocar os alunos em contato com a Internet em laboratórios e depois buscar atividades principalmente entre grupos que não estão fisicamente juntos. No mundo inteiro se trabalha com esse tipo de projeto. A etapa mais avançada, que começa agora na minha opinião, é desenvolver o conceito de gerenciamento de aula, integrando o que é feito pelos alunos quando estão juntos e fazendo com que o processo de aprendizagem continue quando eles não estão mais juntos. Hoje há uma série de programas de gerenciamento de ambientes virtuais que ajudam a trazer temas para a sala de aula. No fundo, é uma página incrementada com ferramentas de chat e de fórum em que os alunos vão colocar seus textos. Há uma série de softwares como o Eureka, o First Class, o Web Ct e o Blackboard.
De que forma o senhor utiliza esses ambientes virtuais mais integrados em seu processo pedagógico?
Prof. José Manuel Moran - Coordeno um curso de pós-graduação semipresencial em que, em alguns momentos, nós nos encontramos e, em outros, interagimos somente através da rede: apresentamos textos, discutimos questões. Temos a relação de uma aula presencial para duas virtuais. É o desafio que vamos enfrentar pelo menos no nível superior, fase em que os alunos não precisam ir todos os dias à aula. O desafio é motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de aula. Também estou coordenando programas de educação a distância em São Paulo. Educar a distância, mas de uma forma em que haja troca e não somente repasse de informação, que não seja somente colocar conteúdo em uma página e depois cobrar uma atividade. Estimular o aluno a aprender em ambientes virtuais é outro grande desafio pedagógico que temos hoje. Haverá muita "picaretagem" de instituições que pensam que educação a distância é uma forma de ganhar dinheiro.
O que o senhor teria a dizer a um diretor de escola pública, carente de recursos e com professores que nem sempre são os mais bem qualificados? Nessas circunstâncias é mais indicado investir em tecnologia ou centrar-se na capacitação de professores?
Prof. José Manuel Moran - Eu acho que não podemos mais ficar apenas nos lamuriando da falta de condições. É verdade que um diretor de escola não pode fazer nada sozinho. Isso exige vontade e investimentos públicos nos três níveis. Estou coordenando uma equipe que desenvolve um programa de educação a distância na rede pública estadual de São Paulo para capacitar professores, supervisores de ensino e pessoas que trabalham em Oficinas Pedagógicas (OTP). São profissionais que estão mais em contato com novas tecnologias. Na verdade estamos fazendo a capacitação em serviços a distância, juntando a Secretaria de Educação e a Universidade de São Paulo, através de uma fundação chamada Vanzolini, com o apoio do governo federal, do ProInfo.
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Vitor Casimiro
Exclusivo para o Educaciona
sábado, 15 de outubro de 2011
DIA DO PROFESSOR
AMOR OU ARTE? COMO DECIFRAR ENIGMAS SE NÃO APRENDI A LER? COMO FALAR ÀS MULTIDÕES SE O DOM DAS PALAVRAS MORAS EM TI. ADMIRO-TE MESTRE POIS NA TUA IMENSA FONTE DE SABEDORIA CONTINUAS HUMILDE. PARABÉNS MESTRE
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
IDENTIDADE DO COORDENADOR PEDAGÓGICO
A Identidade Do Coordenador Pedagógico
Autor: Edméa Cristina Reis FerreiraA IDENTIDADE DO COORDENADOR PEDAGÓGICO
Edméa Cristina Reis Ferreira
TODOS PELA EDUCAÇÃO LANÇA CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR
NOTÍCIAS
12 de abril de 2011
TODOS PELA EDUCAÇÃO LANÇA CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR
"Um bom professor, um bom começo" é o slogan da iniciativa pela melhoria da Educação
Reprodução
Da Redação do Todos Pela Educação
O Todos Pela Educação lançou, nesta terça-feira (12), uma nova campanha de mobilização. Desta vez, o foco é a valorização do magistério e o slogan é “Um bom professor, um bom começo”. “O objetivo é a valorização do bom professor, aquele que tem o foco no aprendizado de seus alunos e que, assim, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade da Educação no Brasil”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento.
Mas qual deve ser a maneira para valorizar os bons professores? Para Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento, essa valorização passa necessariamente por quatro eixos: “salário inicial atraente, plano de carreira, formação inicial e continuada e boas condições de trabalho”.
VEJA O VÍDEO ABAIXO
“Sem bons professores não teremos bons médicos, bons economistas, bons engenheiros e nem mesmo outros bons professores. Valorizar os bons professores é uma lição de casa que todos nós precisamos fazer”, diz Mozart.
Conceito da campanha
A campanha foi produzida pela DM9DDB, do grupo ABC e é composta por uma animação em stop motion para TV, anúncios para jornais e revistas, banners para internet e spots de rádio.
A animação e as peças da campanha seguem o mesmo conceito: em todas as conquistas, sejam elas grandes ou pequenas, existe a figura e o suporte de um bom professor em algum momento.
“Para traduzir a importância do ensino de uma forma lúdica, criamos anúncios que conversam com todos os públicos, passando por alunos, pais e professores, mostrando como o bom professor é essencial para formar um bom aluno”, comenta André Pedroso, diretor de criação da DM9DDB.
“A ideia é que as pessoas reflitam sobre a importância de um bom professor em suas vidas. Aquele que ajudou no aprendizado, que auxiliou na opção da carreira, que ensinou valores importantes. Todos esses profissionais contribuem efetivamente para a concretização do direito de aprender de todas as crianças e jovens”, aponta Priscila.
12 de abril de 2011
TODOS PELA EDUCAÇÃO LANÇA CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR
"Um bom professor, um bom começo" é o slogan da iniciativa pela melhoria da Educação
Reprodução
Da Redação do Todos Pela Educação
O Todos Pela Educação lançou, nesta terça-feira (12), uma nova campanha de mobilização. Desta vez, o foco é a valorização do magistério e o slogan é “Um bom professor, um bom começo”. “O objetivo é a valorização do bom professor, aquele que tem o foco no aprendizado de seus alunos e que, assim, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade da Educação no Brasil”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do movimento.
Mas qual deve ser a maneira para valorizar os bons professores? Para Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento, essa valorização passa necessariamente por quatro eixos: “salário inicial atraente, plano de carreira, formação inicial e continuada e boas condições de trabalho”.
VEJA O VÍDEO ABAIXO
“Sem bons professores não teremos bons médicos, bons economistas, bons engenheiros e nem mesmo outros bons professores. Valorizar os bons professores é uma lição de casa que todos nós precisamos fazer”, diz Mozart.
Conceito da campanha
A campanha foi produzida pela DM9DDB, do grupo ABC e é composta por uma animação em stop motion para TV, anúncios para jornais e revistas, banners para internet e spots de rádio.
A animação e as peças da campanha seguem o mesmo conceito: em todas as conquistas, sejam elas grandes ou pequenas, existe a figura e o suporte de um bom professor em algum momento.
“Para traduzir a importância do ensino de uma forma lúdica, criamos anúncios que conversam com todos os públicos, passando por alunos, pais e professores, mostrando como o bom professor é essencial para formar um bom aluno”, comenta André Pedroso, diretor de criação da DM9DDB.
“A ideia é que as pessoas reflitam sobre a importância de um bom professor em suas vidas. Aquele que ajudou no aprendizado, que auxiliou na opção da carreira, que ensinou valores importantes. Todos esses profissionais contribuem efetivamente para a concretização do direito de aprender de todas as crianças e jovens”, aponta Priscila.
sábado, 1 de outubro de 2011
Prefeitura Municipal de Campinas faz concurso para Coordenador Pedagógico
Texto de Língua Portuguesa do Concurso para Coordenador Pedagógico.Prova elaborada pela FGV Fundação Getúlio Vargas.
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